Salve, salve 2 de julho! Não só na política o povo baiano deixa legado. Aqui vão algumas indicações de filmes dos diretores mais porretas desse Brasil.
1- Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964)
Não poderia dar início a uma lista de filmes baianos sem mostrar prestígio por um cineasta ainda tão estudado em nossa época. Glauber Rocha foi um cineasta, ator e escritor nascido em Vitória da Conquista. Trouxe uma arte engajada ao pensamento e uma nova estética, tendo a revisão crítica da realidade. Foi visto pela ditadura militar que se instalou no país como um elemento subversivo. Por isso, foi exilado e nunca retornou totalmente. Alguns de seus longas premiados foram também Terra em Transe (1967) e O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (1969).

Atormentado pela seca, Deus e o Diabo na Terra do Sol explora o clima de superstição, terrorismo físico e espiritual. As personagens centrais, Manuel (Geraldo Del Rey) e Rosa (Yoná Magalhães), estão em fuga e se movem com credulidade de lealdade a fidelidade, até que finalmente aprendem que a terra não pertence a Deus nem ao Diabo, mas às próprias pessoas. O enredo do filme está em algum lugar entre a balada popular e o mito contemporâneo, contendo uma infinidade de referências à história e à cultura brasileira.
2- O Homem Que Não Dormia (2011)
Na mesma noite, cinco pessoas de uma pequena cidade do interior tem o mesmo pesadelo. Após a chegada de um peregrino, a vila é retirada de sua rotina e os personagens são jogados no vórtice de uma situação incomum. A verdade de cada um deles virá à luz, liberando-os de suas hipocrisias, medos e doenças, obrigando-os a assumir o controle de seu destino e a reescrever sua vida.

Edgard Navarro é roteirista, diretor e ator nascido em Salvador. Estreou seu primeiro longa, Eu me lembro, em 2005. Em 1989, dirigiu o média-metragem Superoutro, que recebeu os prêmios de melhor filme, melhor direção e melhor ator no Festival de Gramado de 1989, além de ter sido selecionado para os festivais de Havana, Nova York e Helsinque. Em 2017, lançou seu terceiro longa, Abaixo a gravidade, que foi o filme de encerramento do 50º Festival de Brasília.
3- Tocaia no Asfalto (1962)
A psique e a vida de um matador brasileiro, comum no nordeste do país. Neste caso em particular, a história gira em torno de um jovem político e idealista de Salvador, cujos inimigos estão ansiosos para eliminar.

Roberto Pires foi um cineasta nascido em Salvador. Com a capacidade de criar artesanalmente os equipamentos que usaria em seus filmes, inventou na óptica de seu pai a lente anamórfica Igluscope e criou o primeiro longa-metragem baiano, Redenção (1958), lançando o ator Geraldo Del Rey.