Crítica | Aladdin

O live-action de Aladdin possui um caráter hipnotizador, apesar de uma pequena falha ao longo da produção.

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Após o sucesso do remake de Alice no País das Maravilhas (2010), dirigido por Tim Burton, a Disney resolveu apostar na produção de live-actions de suas animações mais famosas e eletrizantes. A confirmação do efeito positivo desta aposta veio após o lançamento de Malévola (2014), no qual a roteirista Linda Woolverton resolveu narrar a vida da vilã mais cruel dos contos de fadas, dando voz ao sentido literal da palavra remake.

Aladdin (1992) foi a primeira animação da Walt Disney a falar sobre a cultura árabe. O roteiro da animação de 1992 foi baseada no clássico literário árabe “As mil e uma Noites”. No ano de seu lançamento, foi uma das produções mais aclamadas e seu sucesso nostálgico permanece até hoje. Como a ideia principal da Disney tem sido reviver os seus clássicos, Aladdin ganha, em 2019, um remake.

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Diferente de A Bela e a Fera (2017), a obra de Guy Ritchie fez algumas adaptações na narrativa, deixando tudo mais eletrizante; assim, em alguns momentos, não percebíamos nenhuma semelhança narrativa com a produção original.

No entanto, o roteiro de John August e Guy Ritchie manteve uma mágica fidelidade com a obra de 1992 nas cenas de Friend Like Me e A Whole New Word, a canção que embala o momento no qual Jasmine (Naomi Scott) e Aladdin (Mena Massoud) estão no tapete mágico. É a cena mais simbólica da animação inteira e ver, anos mais tarde, a reconstrução dessa com o mesmo caráter simbólico foi contagiante.

Alan Menken foi o principal compositor das trilhas sonoras da Disney desde A Pequena Sereia (1989) a Enrolados (2010). Todas as suas canções, desde Circle of Life, de Rei Leão (1994) a Part of Your World, de A Pequena Sereia, marcaram a infância de muitos. A trilha sonora de Aladdin, tanto a da animação de 1992 quanto do live-action de 2019, foi composta por Menken. Assim, o valor simbólico e encantador das canções manteve-se igual.

A Disney, de uma maneira geral, tem uma preocupação com a direção de arte de seus longas, e com Aladdin isso não seria diferente. O fator artístico do filme é impecável, onde graça e sofisticação misturaram-se, criando uma arte nostálgica que enche os olhos de emoção. As vestimentas de Jasmine são encantadoras e mágicas, além de combinar perfeitamente com o perfil narrativo da personagem.

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O maior erro do remake da animação de 1992 foi a escolha de Marwan Kenzari como Jafar, pois a atuação do ator não casou com o perfil maquiavélico do vilão. O seu olhar e expressão não provocava nenhuma reação de medo ou apreensão em quem estava assistindo. Por outro lado, Naomi Scott foi a pedra mais preciosa e a força motriz do longa; simplesmente não desgrudamos nosso olhar da tela nos momentos em que a atriz aparece em cena.

Aladdin encantou o mundo ao mostrar que ser fiel à obra original não significa necessariamente caminhar pelos mesmos trilhos, mas adaptá-los de uma forma que a magia e o encanto original permaneçam intactos.

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