Crítica | John Wick 3: Parabellum

Em 2014, sem muito alarde, surgiu De volta ao jogo, um filme sem muitas pretensões, porém com uma mitologia bem definida e uma personagem cativante, principalmente pelas suas motivações mundanas que acabam virando o grande plot da volta do lendário baba yaga.

John Wick (Keanu Reeves) agora está em Parabellum, onde vive as consequências diretas de seus atos no segundo filme da franquia, no qual descumpriu a principal regra da alta cúpula: assassinou o seu antagonista Santino D’Antonio (Riccardo Scamarcio) dentro do Hotel Continental, território proibido e seguro para assassinos. Com uma recompensa de 14 milhões de dólares em sua cabeça, Wick manda um recado: prepare-se pra guerra (Parabellum), origem em latim do nome dado ao terceiro filme da franquia.

O filme eleva o padrão e explica porque John Wick se espalha na cultura pop, invadindo até mesmo outras mídias, como quadrinhos e jogos como o popular Fortnite. Não espere um filme com diálogos elaborados ou reflexões grandiosas; mas com um roteiro simples e efetivo, o longa entrega exatamente o que promete: ação desenfreada e coreografias orquestradas a nível de impressionar.

A criatividade usada nestes momentos surpreende, causando as mais diversas reações no cinema, com direito a livros e cavalos usados como armas e motoqueiros com katanas . Fica aqui a recomendação dos making-offs de John Wick disponíveis no YouTube.

Chad Stahelski e toda sua equipe conseguem uma fluidez nas montagens das cenas de tiroteio e pancadaria que eleva o patamar em comparação com os outros filmes da franquia e até mesmo longas atuais de ação, agora incluindo até cães de forma belíssima na orquestrada porradaria. Os dois pastores belga de Halle Berry, com poucas, mas com as melhores cenas do filme, têm um desempenho impressionante numa que deve ser a batalha mais árdua de se coreografar do longa todo.

O destaque fica para Mark Dacascos. Longe das grandes produções há muito tempo, o ator e artista marcial encarna o principal rival de John Wick em Parabellum, infelizmente mais atrelado a alívio cômico do que por sua real notoriedade marcial.

O estilo neo-noir permanece neste terceiro capítulo e a fotografia, aliada à temática neon surpreende e, com certeza, é um ponto a se destacar. A parte negativa fica por conta da trilha sonora, que costumava ser um dos pontos altos da franquia e não marca como seus antecessores. Entretanto, a parte a se lamentar é assinada por Keanu Reeves, já que, apesar de inquestionável na parte coreográfica de ação, podemos contar nos dedos todas cenas em que se expressa com mais de 5 palavras, tornando assim sua atuação um tanto quanto robótica.

Jonh Wick 3: Parabellum é um musical sem música, um espetáculo de dança com sangue e neon. O protagonista já faz por merecer seu lugar no panteão dos grandes brucutus da história do cinema, porém, se sua expectativa é de uma expansão na mitologia dos assassinos do continental ou até mesmo plot twists maravilhosos, você pode se decepcionar. Por outro lado, se a sua procura é por um bom e bem feito filme de ação, você sairá com um largo sorriso de satisfação no rosto.

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