Emily Blunt é a força motriz da obra: a sua simbólica e brilhante atuação nos fez caminhar por pedras preciosas do início ao fim.

Um Lugar Silencioso (2018) é um terror psicológico dirigido por John Krasinski e carrega consigo um efeito nostálgico e inovador, principalmente pelas vias da atriz Emily Blunt e pelos diálogos serem realizados através da língua de sinais, Libras. Esta jogada criou um efeito muito positivo no filme como um todo, além de fortalecer a narrativa criada pelo roteiro de Krasinski, Woods e Beck.
Evelyn Abbott (Emily Blunt) e Lee Abbott (John Krasinski) começam a viver uma vida em absoluto silêncio junto com seus filhos, Marcus (Noah Jupe) e Regan (Millicent Simmonds). O silêncio é necessário porque criaturas que se movimentam através do som estão atrás deles. Isto os leva a outro nível de comunicação: a família começa a se comunicar através da língua de sinais, evitando qualquer tipo de barulho possível.

Apesar da jogada narrativa ter tido todas as armas para enfraquecer o roteiro e deixar história monótoma e chata, não foi isso que aconteceu em Um Lugar Silencioso. A falta de diálogos na língua inglesa, pelo contrário, acabou fortalecendo todo o caráter do filme.
No entanto, a força motriz da obra de John é, sem sombra de dúvidas, Emily Blunt. A junção do jogo de expressões com o talento nato da atriz criou uma fórmula poderosa capaz de entreter qualquer tipo de público. Quando Evelyn sente dor, nós sentimos sua dor junto com ela, principalmente pela capacidade artística de Blunt. Somente ela teve esta capacidade, apesar de John Krasinski quase ter conseguido elevar-se ao seu nível.

Outra arma poderosa da produção de 2018 é a direção de Krasinski. A ligação entre as cenas foi feita de uma maneira simbólica e poderosa, ajudando a fortalecer os caminhos sombrios do filme. Essa é uma arma que, geralmente, falta em obras deste tipo.
Um Lugar Silencioso é um terror psicológico brilhante e sombrio, no qual a atuação de Emily Blunt elevou o filme a um novo nível da estética e narrativa dos novos terrores psicológicos.