A adaptação de 2005 da literatura clássica de Jane Austen é extraordinária, principalmente pelas vias da interpretação magnífica de Keira Knightley.
Orgulho e Preconceito (2005) é uma das adaptações do clássico literário de mesmo nome escrito pela britânica Jane Austen. A produção foi dirigida por Joe Wright, responsável pela direção de Anna Karenina (2013), sendo a obra de Wright considerada por muitos como a melhor adaptação do clássico da literatura inglesa.
O objetivo da linha narrativa do filme é fazer uma crítica ao papel social destinados às mulheres no século XIX; Austen faz isso através da personagem Elizabeth Bennet (Keira Knightley), analisando os pensamentos de que uma mulher só seria feliz através da linha do casamento e da maternidade. Uma parte das observações negativas da autora caminham para a futilidade que banhava o papel social das mulheres neste século – esse ponto narrativo encontra-se quando Elizabeth analisa os comportamentos de sua irmã mais nova, Lydia Bennet (Jena Malone).
O roteiro de Emma Thompson trouxe à produção de 2005 esta visão como uma das principais linhas narrativas da obra, através da personagem de Keira Knightley. Elizabeth é completamente contrária às ideias da Sra. Bennet (Brenda Blethyn), sua mãe; enquanto essa tem um desejo incontrolável de casar as filhas, a primogênita se põe contra isso. A mais velha dos Bennet tem desejos que vão além da ideia de que uma mulher tem que casar e ter filhos.
Elizabeth Bennet é uma personagem além do seu tempo, mesmo vivendo em pleno século XIX, época em que as lutas em prol dos direitos femininos, nem havia começado ainda. Mesmo assim, ela não abaixa a cabeça para ninguém e luta por aquilo que deseja, sem deixar-se levar pelas questões impostas às mulheres desde de que o mundo é mundo.
Quando o Sr. Collins (Tom Hollander) pede a mão de Elizabeth em casamento, ela recusa por não ter sentimentos por ele e, nesse momento, a Sra. Bennet se mostra irritada pela recusa da filha ao pedido que poderia salvar a vida financeira da família, ficando claro como os casamentos, nesta época, eram realizados por obrigações que não entravam na linha do afeto. A mãe dela apoiava esta ideia e o casamento só não ocorreu porque o Sr. Bennet se colocou contra o casamento por obrigação.
A personagem de Keira mostra-se também banhada por um orgulho que carregou o seu desafeto à primeira vista com Darcy (Matthew MacFadyen). O seu orgulho a impede de aceitar o pedido de desculpas dele, de forma que ela só consegue deixar o passado para trás quando percebe que ele é muito mais do que aparentava ser no começo. Elizabeth se apaixona por Darcy, mas não antes de desconstruir todos os orgulhos e preconceitos que tinha criado a respeito dele.
Mesmo que o nome da obra carregue o orgulho como referente a Bennet e o preconceito como referente a Darcy, os dois possuem essas duas características, que os fizeram – principalmente Elizabeth – ficarem presos em eventos do passado. A personagem de Knightkey, ao lembrar da maneira como o britânico referiu-se a ela em sua conversa com Bingley (Simon Woods). E o preconceito de Darcy, pela forma como a família de Elizabeth agia, em especial a mãe e a irmã mais nova, Lydia.
Orgulho e Preconceito conta com a presença de uma narrativa que prende a atenção do telespectador, até mesmo por ser muito fiel à obra literária. Keira Knightley estava brilhantemente magnífica, merecendo, assim, receber o título de melhor interpretação da icônica Elizabeth Bennet.