Crítica | O Primeiro Homem

Baseado em fatos da vida do astronauta Neil Armstrong (Ryan Gosling), a obra adapta para as telas os desafios e sacrifícios, dele e da nação estadunidense, durante a missão mais importante na história das viagens espaciais.

No início da obra, o filme promove a humanização de um dos maiores nomes da Guerra Fria, desde as relações familiares, até os processos seletivos da NASA. Aqui, se mostra interessante a abordagem da competitividade entre a nação estadunidense e a nação russa.

First Man

Contando com atuações consistentes de Claire Foy e Ryan Gosling nos papéis de Neil Armstrong e Janet Amstrong, o roteiro exibe o apoio que a família Amstrong precisou demonstrar desde o falecimento de sua filha até o começo do desafio da viagem à Lua.

No decorrer teremos as tentativas, os diálogos que marcam o processo, os cálculos e a expectativa de todos para que a teoria se converta positivamente em prática durante o experimento. A primeira saída da atmosfera terrestre, além da construção de expectativas, é exposta com um ótimo efeito sonoro.

Turbulências durante a viagem, atritos e o exato momento em que os testes se tornaram realidade: tudo isso é passado com extrema veracidade entre os efeitos que demonstram a viagem nada tranquila para o caminho de se tornarem os primeiros a pisarem em solo lunar. Ao mesmo tempo, temos a cautela de Janet ao bater de frente com os chefes do seu marido e ao questionar a segurança da viagem, o que fortalece a base do relacionamento na telona.

Questionamentos sobre rotina familiar e da tripulação, aqueles feitos pela mídia, ao pressioná-los sobre o tripulante que faleceu durante o processo, o esforço para se enquadrar aos parâmetros exigidos pela NASA e os testes da Apolo XII. Todos os relatos são exibidos de maneira dinâmica e com bons diálogos das respectivas personagens que vivenciaram o acontecimento.

Vale ressaltar que a atuação de Gosling é muito consistente, principalmente nas cenas em que se tratava sobre a filha falecida de Neil Amstrong. O ator consegue convencer e emocionar durante a maior parte do filme, merecendo uma possível nominação ao Oscar de “Melhor Ator”. A pressão sofrida pela sua personagem é retratada principalmente quando questionada dos gastos da operação, das tentativas falhas, mas junta-se com o posterior escândalo sobre o incêndio no qual trinta astronautas foram mortos.

Ainda assim, o Sr. Amstrong insistiu e conseguiu a liderança da operação, assumindo a responsabilidade de ser o primeiro homem a tentar isso, sempre respondendo à pressão da mídia com cautela, desde as coletivas de imprensa até o momento em que também é questionado por sua esposa. Eventualmente, ele se encontra extremamente viciado em sua nova rotina, como uma maneira de esquecer as tragédias ocorridas em sua vida.

Os debates de Neil com sua família exibem que ele tinha total intenção de retorno, mas podemos ver o receio da operação dar errado – por conta das primeiras tragédias – e o momento da suposta despedida do mesmo com seus filhos é registrado como um dos mais importantes do filme.

Neil Amstrong foi para a Lua na companhia de Edwin Aldrin, ambos com o conhecimento da possibilidade de falha durante o percurso da operação. A obra expõe como foram efetuados os testes até o exato momento do embarque de ambos para a decolagem de sua nave – historicamente, sabemos que a pressa era crítica no contexto da corrida espacial. Também há foco em demonstrar que os gastos do governo americano com a operação foram duramente questionados, por conta das altas quantias.

Com todas essas características, O Primeiro Homem é, como dito, uma humanização fidelizada por grandes nomes promissores da sétima arte. Capaz de entreter e abordar todos os momentos desse período da vida do astronauta mais conhecido pela história, é uma boa escolha para ir ao cinema.

Você pode assistir ao trailer a seguir:

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