O problema não é fazer por encomenda, mas perder a significação artística.

Carregando o título de Sétima Arte, o Cinema tenta, década após década, permanecer firme e forte nessa eterna luta de se manter artístico e, ainda assim, lucrar o suficiente para pagar as contas de toda a equipe técnica. No entanto, o Capitalismo não deixa nenhum setor em paz e com o Cinema não seria diferente.
Seria lindo e incrível produzir manifestações artísticas utilizando a tão famigerada inspiração e esperar, ansiosamente, pelas críticas positivas sobre nosso trabalho. Nesse mundo utópico, os apreciadores surgiriam espontaneamente para consumir em alto volume e, todo mês, teríamos em caixa um lucro que extrapolaria o valor das contas e sobraria uma boa quantia para que nós, artistas, também consumíssemos o trabalho dos demais. Mas, na vida real, nessa vida que construímos enquanto sociedade humana, a arte se torna profissão e profissão se torna business.

Nesta perspectiva, os cineastas do século 21 têm enfrentado uma série de entraves quando tentam se inserir no mercado competitivo, principalmente considerando a megalópole que é Hollywood. As produções europeias, asiáticas e africanas possuem pouco espaço, fisicamente falando; se um estabelecimento de cinema dispõe de dez salas, sete delas passam grandes produções cheias de apelos audiovisuais e restam apenas três para as produções menores e, quase sempre, fora do eixo norte-americano.
A Agência Nacional do Cinema (ANCINE) tem providenciado incentivos à produção e distribuição de filmes genuinamente brasileiros, com a tentativa de driblar essa problemática. E, de fato, não é uma medida só do papel. Na prática, há hoje muitas salas de cinema disponíveis para o cinema nacional e a tendência é aumentar mais ainda.

Infelizmente, apesar de tanto incentivo, nem tudo são rosas. Para enxergar a Indústria Cinematográfica como arte é preciso dar espaço para os cineastas sem nome, que ninguém nunca ouviu falar; para os universitários, os independentes, dissociados de produtoras, por não terem condições financeiras, embora qualidade possam ter de sobra.
Mas nem tanto, nem tão pouco. É preciso dar oportunidade aos cineastas com talento e potencial verdadeiros. De nada adianta abrir portas para qualquer um, pois, dessa maneira, a Indústria se utilizaria deste argumento para fechá-las outra vez.

Prestem bem atenção nessas estratégias de mercado quase maquiavélicas. Se mostrarmos à Indústria o potencial de vendas dos cineastas novatos, eles serão validados num piscar de olhos. Mas a troco de quê? Da sua individualidade artística?
A questão aqui não é atribuir juízo de valor, mas fazer pensar e debater sobre o que acontece com o Cinema quando ele deixa de ser uma manifestação artística do autor, para se tornar uma demanda a gosto do público-alvo, e, consequentemente, dos donos da Indústria que produz e distribui as películas.

Ao invés de colocar o seu filme na prateleira, é preciso que, no mundo contemporâneo, façamos tudo por encomenda, mesmo sem trocar uma palavra sequer com o tão esperado comprador.
Afinal de contas, os sucessos de bilheteria estão aí para provar isso, não?
Sei lá, mas o sucesso de bilheteria só prova que teve público……….um bom público……….mais nada………….enfim………..o post tá legal, mas essa última frase não encaixa………….
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Foi uma ironia, Eder 🙂
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Ops…………haehaheaheha……….
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hahahahaha desculpa pela ambiguidade do texto, você não foi o primeiro a se confundir
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