Diretor X Roteirista: quem é o dono do filme?

O que é mais importante? Texto, som ou imagem? Quem é mais dono de um filme? Essas e outras questões evidenciam a quase discreta cadeia social em Hollywood.

Essa é uma discussão antiga e que, certamente, perdurará até as próximas gerações. Por enquanto, cabe a nós, aqui, o simples papel de fomentar alguns debates, observando os dois lados da moeda.

Mas e então? De quem é o filme?

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Photo by Jakob Owens on Unsplash

Dentro de um set de cinema, há milhares de setores e categorias envolvidas. Cada um tem a sua devida importância, um papel dentro dessa mini-sociedade que é a Indústria Cinematográfica. Parece quase absurdo dizer que tal filme pertence a tal pessoa, um filme de…  E aqui você insere nomes famosos de Hollywood.

Na realidade, o mais correto seria utilizar apenas termos que direcionam o espectador para cada cargo do cinema. “Uma história de…”; “Uma produção de…”; “Um roteiro de…”; porque, dessa maneira, estamos dizendo a verdade. Somente uma ou duas ou três pessoas tiveram a ideia para a história, somente uma ou duas são produtores e o roteirista-chefe assinaria como “um roteiro de…”. Percebem a diferença? Cada chefe de setor pode levar crédito por seu próprio trabalho, mas crédito pelo filme inteiro?! Não, não é de longe justa uma situação dessas.

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Para um filme ser lançado, é preciso capital. O responsável por isso é quase sempre o produtor, que financia o projeto. Mas, para haver lançamento, precisamos de um vídeo. Para que o vídeo fique pronto para ser rodado, precisa-se de um editor e montador. E para que o editor e montador possa finalizar o processo, precisa-se de imagens. Para isso, cabe ao cinegrafista registrar essas imagens. E para que haja registro, atores ou animações são precisos. E um diretor que conduza a cena. E outro para coordenar os planos de filmagem utilizados pelo cinegrafista. Mas, para haver planos, é preciso um roteiro de filmagem. E para haver um roteiro de filmagem, é preciso um roteiro literário. E para termos um roteiro literário, precisamos de uma boa história. Ufa! Cansativo, não?

Agora que chegamos à raiz de tudo, podemos questionar outra vez: de quem é o filme?

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Se estivermos considerando apenas o início da cadeia (roteiro X direção), podemos solucionar o problema de uma maneira bem simples. Afinal de contas, no início da História do Cinema e ainda hoje, em produções independentes, o diretor e o roteirista-chefe costumam ser a mesma pessoa. Fica mais fácil assim de responder, não é? No entanto, existem muitas outras possibilidades. Como, por exemplo, o diretor contratar um roteirista-chefe para escrever uma ideia, ou o roteirista-chefe ganhar financiamento do governo através de editais, associando-se a uma produtora de audiovisual.

De qualquer maneira, não existe filme sem vídeo e não existe filme sem roteiro. Ao invés de incentivar à competição desnecessária de egos, a Indústria de Cinema deveria oferecer o mesmo prestígio para ambas as profissões, colocando-as como inseparáveis, imprescindíveis, gêmeas siamesas. A boa relação entre roteiro e direção resulta, sem sombra de dúvidas, na fórmula mágica para o sucesso de bilheteria e, acima de tudo, para a tão sonhada estatueta do Academy Awards.

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