O mais novo clipe musical de Ariana Grande mistura referências religiosas, sexualidade e empoderamento feminino para provar, assim, que Deus realmente é uma mulher.
A direção de God Is a Woman ficou responsável por Dave Myers e, nesta última obra prima, ele veio mostrar o porquê de ser visto como uns dos grandes nomes dos music videos do novo cenário da cultura pop. É praticamente impossível não sentir a pele arrepiar com todas as críticas feitas ao patriarcado e, também, com a quantidade de elementos da sexualidade feminina utilizados para dar voz ao poder do gênero.

Logo no início, Grande aparece no centro do universo, como se todas as mulheres – ali sendo representadas por uma figura gigante da cantora – fossem a razão da existência do universo. Depois, ela aparece sentada no planeta terra, exibindo mais uma vez a sua grandiosidade. Talvez esta tenha sido realmente a verdadeira intensão da norte-americana: mostrar um detalhamento da história do universo, porém com uma perspectiva não patriarcal.
Ainda bem no comecinho, o clipe traz uma referência à descoberta do sexo, de como a mulher não deve ter medo de explorar o seu próprio corpo e que o seu prazer não deve ser visto como um tabu. Ariana demonstra todas essas questões através de uma cena simples: o desenho do órgão sexual feminino, feito através de pinceladas de cores frias, e ela bem no meio, representado o principal vetor do prazer, o clitóris.

Provando que a verdadeira intensão é fazer um mapeamento da história mundial – e, como consequência, do universo -, God Is a Woman traz inúmeras questões religiosas, como a adaptação de quadros de cunho religioso. Por exemplo, o Súbor: The Creation of Adam levou duas grandes modificações no clipe musical: a figura de Adão foi substituída pela figura de Eva e, ao invés de Deus ser representado pela figura masculina, foi representado pela própria Ariana.

Os poucos homens que aparecem na obra são, de maneira geral, pequenos e insignificantes perto do tamanho poder em cena, um fato que também ajuda a ambientalizar a ideia principal da produção. Trechos importantes da Bíblia também foram adaptados; ao invés de pronomes masculinos, são utilizados pronomes femininos o tempo todo; e, para completar, tem uma gigante referência a Pulp Fiction (1994).
Ariana Grande mostra em seu novo clipe um empoderamento significante, que ajuda a promover a força da mulher no cenário mundial. Através dele, ela prova que, apesar da masculinização da religião e da sociedade, Deus é a representação de uma figura feminina.