Aquele videozinho que você pula no YouTube é um filme em nanometragem – e podemos provar.
Por incrível que pareça, a gente chama comercial de filme publicitário. Esse é o termo oficial. Mas você pode ouvir por aí outros nomes, como o já famoso VT (videotape), originado da época das fitas-cassete – embora o termo hoje não faça mais sentido, o apelido pegou e não tem a menor pretensão de nos deixar.
Independentemente de como o chame, o VT é considerado filme pelo simples fato de ser uma gravação em filmadora, como qualquer outra. Mas você pode se perguntar: “E aqueles comerciais de varejo, que só tem preço?”. Pois então. Cada comercial possui a sua estratégia de vendas, de acordo com o público-alvo. Não adianta colocar filme de amor para os amantes de terror. Se no Cinema existe gênero, por que não existiria na publicidade?
Dentro dos gêneros publicitários, descobriu-se, não tão recentemente, a importância do uso de storytelling. Do inglês literal, “contação de histórias” é uma estratégia usada para tudo, desde que o mundo é mundo. É comprovado empiricamente que o ser humano presta mais atenção em qualquer coisa se houver uma linha curvilínea de altos e baixos. A famosa linha narrativa composta por começo-meio-fim. É preciso haver tensão, clímax e um final emotivo.
Na publicidade, os formatos vão de 5 segundos a 1 minuto, no máximo do máximo. É claro que existem exceções. Por exemplo, um comercial padrão de 30 segundos, que se desdobra em 3 minutos no canal do YouTube do anunciante. Ou, até mesmo, o que vem tomando certa popularidade: a famigerada websérie.
O interessante da publicidade é justamente a falta de regras. O céu é o limite. Se o departamento de criação de uma empresa resolve fazer uma websérie, ótimo! Se resolve fazer um comercial picotado, legal! E se resolve fazer as duas coisas, melhor ainda! Um exemplo muito famoso é a série de VT’s feitos para a Trivago entre 2014 e 2015, contando histórias sobre os hotéis pelo mundo, desde mistérios até casos de amor. A empresa agradou a gregos e troianos, causando empatia e recall pela marca.
Na época, os escritores de fanfiction chegaram a lotar sites com teorias e desdobramentos do VT de romance do casalzinho do elevador, rendendo muitos pedidos de continuação, como se realmente fosse uma espécie de novela. O Trivago trouxe a famosa sensação curiosa de conhecer mais profundamente os personagens, como estratégia de vendas; o que ele queria, na verdade, era que seu público-alvo despertasse o desejo e curiosidade de conhecer o serviço, numa tentativa inconsciente de preencher essa lacuna aberta pelas histórias contadas nos comerciais.
Outro exemplo famoso é a série de VT’s da Visa Platinum, que rendeu até mesmo um prequel, contando como tudo começou. O golfinho cativou o público não por ser simplesmente um golfinho. Mas, certamente, por ter sido colocado num contexto de non-se, que vem sendo a atmosfera mais procurada pelo público jovem ultimamente.
E, para não dizer que esquecemos de mencionar os VT’s em storytelling puro, sem intromissão de vendas, temos abaixo duas histórias emocionantes. Adianto que será um pouco difícil não chorar.
Astronauta – Campanha do Itaú para o projeto “Leia Para Uma Criança”
Eduardo&Monica – Campanha da VIVO para o Dia dos Namorados