Maratona OSCAR | Eu, Tonya

Margot Robbie é a tradução de uma interpretação impecável que nos conduziu a um mar de emoção e irritabilidade.


Tonya Harding (Margot Robbie) foi a primeira americana a conseguir realizar um salto triplo axel – um salto dado apenas com um pé tocando no gelo, no qual usa-se o movimento do corpo para decolar, cujo nome foi dado em homenagem ao patinador Axel Paulsen, o primeiro a realizá-lo. Mesmo sendo a campeã do Campeonato Nacional Americano e do Campeonato Mundial (1991), o momento de maior holofote no cenário olímpico americano da carreira de Harding aconteceu em 1994, nos treinamentos do Campeonato dos Estados Unidos (1994) em Detroit. Seu ex-marido, Jeff Gillooly (Sebastian Stan), conspirou um ataque à patinadora Nancy Kerrigan (Caitlin Carver); por ser casada com Jeff, Tonya foi dita como cúmplice e, por conta disto, banida do esporte. Ela chegou até mesmo a perder as medalhas que havia ganhado anteriormente.
Eu, Tonya conquistou uma magnitude de excelência ao retratar a história pessoal da considerada Vilã dos Esportes Olímpicos, narrando a relação abusiva com LaVona Harding (Allison Janney), sua mãe, e a violência doméstica cometida pelo ex-marido. Esse fato garantiu ao filme três indicações ao OSCAR 2018: “Melhor Atriz”, “Melhor Atriz Coadjuvante” e “Melhor Edição”.

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Margot Robbie é a força que une a produção inteira. Ainda que a direção de Craig Gillespie – responsável pela direção de A Hora do Espanto (2011) seja interessante, apesar do formato de documentário ao longo das duas horas de filme, Robbie ainda é a força motriz. Tonya Harding era intensa, problemática – o uso de xingamentos considerados pesados era a marca registrada da patinadora -, e a atriz conseguiu incluir tudo isso com magnitude. Misturando as cenas intensas e abusivas com a habilidade mostrada por Margot nas cenas de patinação, temos a criação de algo mais fabuloso ainda, ao qual devemos chamar de a medalha de ouro de Margot Robbie.
O roteiro de Steven Rogers deu a força necessária para fortalecer o verdadeiro foco do longa metragem: mostrar como, desde o início, Harding foi a vítima da própria história. A excelência emotiva tem o maior ápice através da combinação de Allison Janney e Robbie em cena; mesmo que a mesma não estivesse no mesmo patamar de qualidade, Janney teve a sua importância nas cenas. O retrato de uma mãe extremamente abusiva – escondida através de uma máscara de boa mãe -, foi a fórmula adicionada para a excelente parceria entre a indicada a “Melhor Atriz Coadjuvante” e a indicada a “Melhor Atriz”. Seguindo os caminhos das atuações, a edição de Eu, Tonya tem os mesmos vislumbres de excelência, através da presença de elos narrativos e temporais entre as cenas.

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Recheado de tragédias pessoais, o filme demonstra uma força capaz de exterminar o estereótipo de vilã da patinação, mostrando como Tonya Harding sobreviveu à violência doméstica e aos retratos dos abusos sofridos durante a infância.

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