Em Crocodile, John Hillcoat nos traz a nostalgia das primeiras temporadas de Black Mirror, sendo agonizante e sufocante com todo o seu abuso tecnológico.
Uma falha no volante e aquilo se torna o suficiente para causar uma tragédia na vida de um casal. Tragédia essa que obstrui a assistência e o socorro pela necessidade de não terem suas vidas arruinadas por tal acontecimento.
Anos depois, o episódio nos apresenta à nova fase da personagem, de adolescente “inocente” à arquiteta renomada com vida estabilizada. Hoje, a personagem tem mais a perder do que quando era mais jovem.
Crocodile então entrega o encontro do antigo casal e oferece ao telespectador mais uma tragédia. Só que dessa tragédia, o episódio apresenta a personalidade obscura da arquiteta que hoje não de encontra com a mesma inocência de antes.
De contrapartida existe a agente de seguros, que para cobrir um acidente que ocorre na mesma data, precisa avaliar a mente de cada pessoa que estava aos redores do local. O encontro das duas personagens então retorna à um novo acontecimento onde prova a personalidade tomada da psicopatia da personagem principal.
Crocodile consegue mesclar trazer a sensação de que Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado (1997) juntamente com ar de Minority Report (2002) de uma maneira renovada mas nada tão surpreendente sob o sol.
Ao acompanhar a jornada da arquiteta, as impressões e sensações causadas levam da agonia até a sede de justiça pelos inúmeros atos inconsequentes da personagem principal.
O desenvolvimento da personalidade sociopata mostra até onde uma pessoa poderia ir para manter sua imagem e seu reino intactos sem pensar nas consequências de tal atitude. Como equilíbrio, Crocodile traz o encontro de duas personagens: a arquiteta sociopata e a agente de seguros em busca de informação para exercer sua profissão corretamente. A colisão dessas duas personalidades acabam levando ao maior impacto que o episodio poderia causar. Não se pode confiar nesse episódio; e muito menos esperar algo tão grandioso.