Crítica | Crisis on Earth X – DC Crossover

Crisis on Earth X é o resultado do trabalho da DC Comics no universo das séries, que começou em 2012 com Arrow e agora junta todos os seus heróis para lutar contra o nazismo.

O crossover possui 4 episódios, que começam na terceira temporada de Supergirl e terminam em Legends Of Tommorow. O grande e esperado evento, que é o pretexto para a união de muitos heróis em um mesmo espaço, é o casamento entre Barry Allen (Grant Gustin) e Iris West (Candice Patton).

No meio da cerimônia, temos a aparição de um exército nazista e, com isso, a primeira cena de ação compartilhada. Temos os velocistas, o arqueiro, a Supergirl (Melissa Benoist), os meta-humanos, as mulheres badass… enfim, uma montagem dinâmica com as usuais coreografias de luta, que uma vez ou outra nos permitem ver alguém se jogando no chão.

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A partir de então, os heróis descobrem que as 52 Terras de que eles têm conhecimento não são as únicas – existe um lugar onde o regime nazista consegue desenvolver a bomba atômica antes dos Estados Unidos e é um lugar tão, tão ruim que ninguém fala sobre ele (não bastava o desaparecimento dos EUA, eles nos aterrorizaram com uma estrutura social meritocrática, ew). A grande questão é o que eles querem na Terra 1 e, principalmente, como vencer a si mesmos.

O roteiro sucede em encaixar a trama pessoal dos personagens entre as cenas de ação, de forma que não se torna cansativo e que você tem a sensação de que existe uma continuidade; os dramas pessoais não desaparecem porque precisamos administrar muitos personagens no crossover, eles participam da condução da trama e torna mais fácil a empatia com os momentos.

Nesse sentido, um deles deixou a desejar. O relacionamento entre Oliver Queen (Stephen Amell) e Felicity Smoak (Emily Bett Rickards) entra numa crise que parece muito forçada. Não pelos motivos em si, que em muito são legítimos e compreensíveis, mas porque Rickards entrega esse drama de uma forma incompleta, que nos deixa sempre esperando por uma explicação que seja mais palpável – e estamos longe de estar errados.

A exemplo dessa má articulação do roteiro com a direção e a performance para Felicity, o crossover tem seus momentos de ingenuidade. Apesar disso, a maior parte dos alívios cômicos funciona bem e consegue arrancar uma risadinha (saudações para Chyler Leigh nesse momento).

Amell, por sua vez, está coerente e consegue executar bem seus momentos em cena, o que mostra uma clara evolução da sintonia do ator com sua personagem desde a primeira temporada de Arrow. O relacionamento entre as irmãs Kara e Alex Denvers (Benoist e Leigh) se desenrola de uma forma muito natural, assim como o contato e compreensão entre Barry e Iris.

Muitos momentos foram construídos nessa sequência, em parte para gerar a emoção que acompanha os heróis e, também, para vir com a nostalgia do conhecido, a exemplo da cena clássica deles entrando em seus trajes de batalha. Ponto para a DC por não deixar que esses momentos ocupassem o tempo que precisa ser utilizado na trama pincipal, criando um bom equilíbrio que permite o desenvolvimento.

Outro aspecto que merece ser citado – e que está longe de ser um detalhe – é a representatividade LGBT que parece estar crescendo nesse universo, junto ao empoderamento feminino. São os primeiros passos para trazer protagonismo a sujeitos que são historicamente invisibilizados.

Crisis on Earth X é divertido, instigante e até mesmo emocionante em alguns momentos, e consegue passear pelas mais variadas temáticas: amor, casamento, amizade, dúvida, morte e vida, extremismos… É uma concretização gratificante do projeto da DC Comics para seu universo compartilhado.

 

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